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03-07-2012 
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Artigo do OJE - João Silva - Elevus Almada: "A Guerra pelo Talento"
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No mundo dos negócios, as guerras são ganhas pelos melhores profissionais, sendo o talento um recurso necessário para se vencer. Naturalmente que para as empresas se enfrentarem na venda dos seus produtos/serviços através dos seus talentos, precisam de travar uma guerra prévia e igualmente importante - a Guerra pelo Talento.
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A Guerra pelo Talento
Nos anos 80 popularizou-se entre os executivos a leitura do livro “A Arte da Guerra” de Sun Tzu, orientando as suas práticas empresariais e de negócio aos fundamentos da estratégia militar Chinesa. Ensinamentos como o reconhecimento de oportunidades estratégicas, gestão de recursos, análise do campo de batalha e espionagem ao inimigo mentalizaram os executivos para o confronto nos mercados com os “inimigos” como se uma guerra se tratasse, onde se disputa o acesso a um “recurso” escasso (petróleo, ouro, zonas geográficas, clientes, etc.).
No mundo dos negócios, as guerras são ganhas pelos melhores profissionais, sendo o talento um recurso necessário para se vencer. Naturalmente que para as empresas se enfrentarem na venda dos seus produtos/serviços através dos seus talentos, precisam de travar uma guerra prévia e igualmente importante - a Guerra pelo Talento. Falo de Employer Branding, a capacidade para atrair e reter os melhores talentos, para que estes aceitem entrar nas trincheiras levando as insígnias empresariais ao peito. Esta guerra trava-se de uma forma mais evidente à saída das faculdades, onde os finalistas representam recrutas prontos para integrar um exército de topo que os acolha e possibilite crescimento.
Esta analogia não é ficção pois a Guerra pelo Talento é real, sendo as evidências claras. Começo pelas centenas de euros que as faculdades de topo cobram às empresas para participarem em jobshops, eventos algo sobrevalorizados que ficam aquém das expectativas devido à fraca afluência de finalistas. De modo a reverter esta situação, várias empresas adoptam estratégias de Employer Branding cada vez mais originais/agressivas, de modo a diferenciarem-se dos seus concorrentes. Os Recursos Humanos asseguram a presença nestes eventos mas são cada vez mais os próprios CEOs das empresas que dão a cara e estão presentes nas faculdades ou em eventos nas próprias empresas, privilegiando o contacto directo com os alunos. De notar que apenas os temas críticos das empresas requerem tal atenção por parte dos CEOs, estando assim o tema do Talento em cima da mesa executiva. As faculdades estão cada vez mais alinhadas com esta perspectiva, criando e divulgando pelas empresas listagens de finalistas para que os alunos sejam contactados rapidamente. Conhecem-se situações em que os alunos ainda estão no penúltimo ano do curso, estando já comprometidos com empresas para a sua contratação um ano depois. Mais espantoso é ainda o facto de, por cima disto, existirem empresas a pagar prémios de contratação de milhares de euros a estes finalistas de modo a “assegurar” que vão começar a trabalhar na sua empresa e não na concorrente. Estrategicamente, estes prémios têm subjacente um pacto de permanência na empresa que, querendo o colaborador sair, terá que devolver o mesmo…
Qual o resultado destas medidas? Como numa guerra normal, as marcas sociais, ambientais e financeiras são profundas. Na Guerra pelo Talento, estas medidas inflacionam o real valor destes profissionais no mercado, sendo uma prática que se destrói a si própria, pois estes “talentos” sobrevalorizados adquirem poder negocial para, num período entre o término do curso e entrada na empresa, negociar condições de entrada noutras empresas interessadas ainda mais inflacionadas atendendo ao seu real valor como profissional sem experiência.
João Ricardo Silva
Elevus Almada
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